Os petistas vão agora querem ocupar as ruas — convocados por Lula, diga-se — para construir a narrativa mentirosa de que a sociedade brasileira está dividida diante do impeachment. E ela não está. A esmagadora maioria é favorável, segundo as pesquisas de opinião, porque percebeu que Dilma parece treinada para nos levar para o buraco
Quantas vezes vocês já leram aqui a minha sugestão, quase um apelo, para que Dilma Rousseff renuncie ao mandato? Mas a mulher é teimosa, e tinhosa é a organização à qual ela pertence: o PT. A presidente vai tentar resistir, embora já saiba, porque doida de tudo não é, que não há mais nada a fazer.
O ânimo que o juiz Sergio Moro resolveu dar ao PT, ainda que involuntariamente, com a desnecessária condução coercitiva de Lula, não será o bastante para reerguer o petismo. Mas a máquina decadente continuará pendurada no estado brasileiro, e Dilma, enquanto durar, terá de submeter-se a ela. Tivesse me ouvido no começo do ano passado, teria se desligado do PT, enviado uma emenda parlamentarista ao Congresso já para 2018, e haveria uma chance de alcançar a terceira margem do rio.
Agora, Inês é morta, e sua sobrevida no palácio, com os milicianos petistas nas ruas querendo brincar de arranca-rabo de classes, só vai submeter o povo brasileiro a um sofrimento desnecessário.
Neste sábado, fugindo a seu estilo, o juiz Sergio Moro divulgou uma nota em que tenta justificar a condução coercitiva de Lula, condenando ainda a violência nas ruas. É o reconhecimento oblíquo de que foi além do razoável e só deu o pretexto que a fascistada petista estava esperando.
Por que essa observação é importante neste momento do texto? O PT estava cabisbaixo e assistiria, inerme, à megamanifestação do dia 13. Procurava um pretexto para convocar a ridícula “resistência ao golpe”. Encontrou um. E vai tentar obter rendimento máximo do erro cometido pelo juiz, que só serviu para acirrar os ânimos. O episódio aumentou a sobrevida de Dilma e seu governo. Mas é evidente que a mandatária não tem futuro naquela cadeira.
Reportagem da Folha deste domingo, por exemplo, informa que os pesos-pesados do empresariado e dos bancos também desembarcaram.
A saída de Dilma não é condição suficiente para começar a arrumar a bagunça deixada pelo PT, mas é condição necessária. Sem isso, nada feito! Ou alguém imagina essa senhora reconstruindo a maioria no Congresso, dialogando com a sociedade civil, injetando ânimo na economia? Um líder com esse perfil não teria ido lá se meter no cafofo de Lula, como ela fez neste sábado. É falta de compostura.
Dilma já não é um portento de razão e clareza. Em momentos como esse, torna-se apenas uma figura patética, que é governada por um PT em frangalhos — e, por isso, mais agressivo do que nunca.
Os petistas vão agora querer ocupar as ruas — convocados por Lula, diga-se — para construir a narrativa mentirosa de que a sociedade brasileira está dividida diante do impeachment. E ela não está. A esmagadora maioria é favorável, segundo as pesquisas de opinião, porque percebeu que Dilma parece treinada para nos levar para o buraco.
A incompetência de Dilma deveria ser o bastante para deixar o cargo. Assim seria num regime parlamentarista. Mas, infelizmente, o nosso é presidencialista. Ser apenas um mau gestor, levando a economia à beira do abismo, não está listado entre as possibilidades do impeachment. É preciso que haja um embasamento jurídico. E este, como se sabe, existe.
Não é possível que Dilma acredite que vai continuar mais três anos no comando do país. Ninguém merece esse flagelo.
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