quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Dívida privada do Brasil atingirá 93% do PIB até final de 2015, aponta Fitch


A dívida das empresas privadas aumentou rapidamente nos principais mercados emergentes nos últimos 10 anos, superou os níveis de dívida pública e elevou o risco das economias, dos sistemas financeiros e da dívida dos países, de acordo com a agência de classificação de risco Fitch. O Brasil lidera o ranking de vulnerabilidade dos sete grandes emergentes, com a dívida do setor privado atingindo 93% do Produto Interno Bruto (PIB) até o final de 2015. Entre 2005 e o fim de 2014, a Fitch estima que o Brasil teve a maior valorização, de 50 pontos porcentuais do PIB, seguido pela Turquia, de 49. "Os desafios enfrentados pelo Brasil refletem, em parte, a rápida ascensão e o nível de endividamento do setor privado", disse a Fitch. A agência lista uma série de problemas que agravam a vulnerabilidade: a desaceleração da economia, a alta na taxa de juros (acompanhando a elevação dos juros nos Estados Unidos), a volatilidade do câmbio e a queda nos preços das matérias-primas de exportação. A dívida do setor privado nos sete grandes países emergentes (Brasil, Índia, Indonésia, México, Rússia, África do Sul e Turquia) subiu, em média, de 46% do PIB em 2005 para 71% em 2014. A Fitch prevê que até o final de 2015, esse valor chegue a 77%, agravado pelo impacto da depreciação cambial. O México tem a menor porcentagem, com previsão que chegue a 47% até o final deste ano. Segundo a Fitch, muitas das crises nos países emergentes têm sido precedidas por um aumento na dívida. A dívida do setor privado tem frequentemente migrado para balanços dos governos em crises financeiras passadas. Portanto, a dívida privada representa um passivo contingente na dívida soberana, em especial para as empresas estatais, que têm sido mais pressionadas.

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